Deus vê o essencial.

Constantemente nos iludimos, pois nos deixamos levar pelas aparências, mas Deus vê o essencial. Ele é a verdade, enxerga o que há de mais profundo e mesmo o que está oculto. Nós nos encantamos com o efêmero, somos imediatistas.
Toda a nossa superficialidade e imediatismo nos fazem abandonar a oração, pois esta exige de nós fé e perseverança. E como não estamos dispostos a apostar em realidades que não vemos, a oração não se apresenta como uma necessidade para nós. Nossa má vida também pode nos fazer deixar a oração, fazendo-nos acreditar que por não haver coerência entre o que rezamos e o que vivemos, não podemos orar. Muitos santos passaram por esta tentação, inclusive Santa Teresa de Jesus que hoje é reconhecidíssima como mestra de oração. Insistindo no árduo caminho da oração, Teresa percebe a necessidade de Jesus para poder superar suas más inclinações.
Não podemos ignorar que Deus conhece intimamente a nossa vida, nossas virtudes e misérias, no entanto não se comporta como um julgador, mas se torna nosso advogado. Deste modo, precisamos considerar que todo advogado precisa conhecer a verdade a respeito de seu “cliente” para que possa defendê-lo. É na oração que travamos diálogo com nosso defensor e lá ele nos orienta sobre como deve ser nossa conduta. O Senhor não se decepciona conosco, pois sabe exatamente o que pode esperar de nós. É por este motivo que nada deve nos distanciar da oração.
Já há muitos séculos o ser humano descobriu que para conhecer a Deus precisaria conhecer a si mesmo, uma vez que ele habita no profundo do nosso ser. Assim, também precisamos considerar que este caminho tem mão dupla: para nos conhecermos perfeitamente, precisamos conhecer a Deus de quem somos imagem. Quanto mais nos aproximamos do Senhor, mais próximos ficamos da verdade sobre nós mesmos. E são os nossos sentimentos que revelam quem de fato somos nós, sejam eles bons ou ruins. A graça está em saber que em Deus somos capazes de dominar nossos sentimentos e não mais vivermos agitados ao seu sabor.
Consideremos a exortação do apóstolo Paulo: “Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito: Alegrai-vos!” (Filp 4,4). Mas será possível alegrar-se sempre? A resposta é sim! A alegria pode ser uma constante em nossa vida se soubermos qual necessidade interior possuímos e esta certamente nos levará a Deus, nossa verdadeira essência, por isso não abandone a alma a oração.

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