Encíclica de Bento XVI norteou decisões do G8

O ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, afirmou hoje que a nova encíclica do papa Bento XVI, "Caritas in Veritate", serviu de "guia" para as decisões tomadas pelos líderes do G8, que se reuniram na cidade de L'Aquila entre quarta e sexta-feira da semana passada. Em entrevista à TV italiana, o chanceler disse que também influenciou as discussões da cúpula a carta enviada por Bento XVI a seus participantes, encaminhada ao primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, anfitrião do encontro. "Foram dois elementos preciosos de ensino", disse Frattini. "Já tínhamos ressaltado as orientações de nossa presidência [temporária do G8] em favor da ética e da prioridade à pessoa, mas o Papa coroou nossos sonhos e objetivos dando sua palavra", complementou. Na opinião de Frattini, "não foi uma surpresa" que Bento XVI "tenha publicado a encíclica, nem que esta tenha um conteúdo muito importante". "Por todas estas razões, somos gratos ao santo padre", ressaltou. Na declaração oficial da 35ª Cúpula do G8, os líderes das sete economias mais industrializadas do mundo (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) e da Rússia se comprometeram a destinar, dentro de três anos, um subsídio de até US$ 20 bilhões para combater a fome no mundo. Além disso, foram definidos objetivos em relação à mudança climática, com metas para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa. O documento também menciona a preocupação das potências com os programas nucleares e com a crise política iraniana. Já a encíclica de Bento XVI, a terceira de seu pontificado, traz uma reflexão sobre o aumento da desigualdade social e da extrema pobreza, e sobre o drama do trabalho precário e os riscos à democracia.

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