
Vem de longe na humanidade a busca pelo milagre. Distinga-se, porém, entre o que realmente precisa da intervenção de Deus, porque já se esgotaram todos os recursos e discursos da medicina e do saber humano e o que nem passa pelo consultório ou pela farmácia, porque um pregador garantiu que lá, naquele templo, domingo às 15,15h, haverá explosões de milagres e até duas ou três ressurreições.
Há os anunciadores facilitadores da possível graça, do possível milagre porque é Deus quem decide que opera ou não. E há os facilitadores que têm no depósito do armazém da fé o milagre que o freguês precisa. Não há nada que não possa ser chamado milagre. Basta teatralizar um pouco mais. Então a dor de dente, de unha e de cabeça que se curam com aspirinas, viram milagres naquela tarde. Lá se exorciza até demônios da diarréia, da dengue ou da unha encravada. Se há quem acredite porque não chamar de demônio o que dói naquela pessoa sofrida e carente? Além disso, se ela não for curada sobra sempre o recurso de lembrar-lhe que faltou fé do lado de lá e não do lado do púlpito...
Milagre demais é como colo demais: um atrofia as pernas e o outro atrofia a fé! Mas, consoante Marcos, 12,40 Vai ser cobrado muito mais não de quem busca o milagre e sim de quem faz uso dele para arranjar mais um adepto. Milagres existem, mas são como sementes. Com o tempo se saberá se foi plantio ou se o semeador arriscou para ver se pegavam!..
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